DOUTRINA CATÓLICA (33): MANDAMENTOS (7)

EVANGELHO – Mc 9, 38-40

Naquele tempo: João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim.
Quem não é contra nós é a nosso favor.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Jesus, no Evangelho de hoje, nos dá uma lição de que, dentro da Igreja, há muitas vocações, muitas maneiras de seguir Jesus Cristo. Uns são chamados a terem uma dedicação maior à Igreja, outros são chamados a viverem a vida cristã sem estarem “engajados”, como costumamos dizer, na paróquia, vivendo uma vida corrente iluminando a vida de Cristo no seio da sua família, no ambiente de trabalho, no clube etc. Não existe uma vocação melhor do que a outra. O que temos que seguir é a vocação que Deus deseja para nós. É nela que seremos plenamente felizes.

Continuando a nossa série sobre a Doutrina Católica, na semana passada começamos a ver o Quinto Mandamento, “Não matar”. Hoje vamos ver a segunda parte.

* * *

Quando a morte é tida como iminente, o que é permitido utilizar como medicamento?
Os cuidados habitualmente devidos a uma pessoa doente não podem ser legitimamente interrompidos. São legítimos o uso de analgésicos, que não têm como fim a morte, e também é legítima a renúncia ao «excesso terapêutico», isto é, à utilização de tratamentos médicos desproporcionados e sem esperança razoável de êxito positivo.

Quando são moralmente legítimas as experiências científicas, médicas ou psicológicas, sobre pessoas ou grupos humanos?
São moralmente legítimas se estão ao serviço do bem integral da pessoa e da sociedade e não trazem riscos desproporcionados à vida e à integridade física e psíquica dos indivíduos, que devem ser oportunamente esclarecidos e dar o seu consentimento.

São consentidos o transplante e a doação de órgãos, antes e depois da morte?
O transplante de órgãos é moralmente aceitável com o consentimento do doador e sem riscos excessivos para ele. Para o ato nobre da doação de órgãos deve-se certificar plenamente da morte do doador.

Quais as práticas contra o respeito à integridade corpórea da pessoa humana?
São os raptos e sequestros de pessoas, o terrorismo, a tortura, as violências, a esterilização direta. As amputações e as mutilações duma pessoa só são moralmente consentidas para indispensáveis fins terapêuticos da mesma.

Que deveres temos em relação ao corpo?
O dever de um razoável cuidado da saúde física, da nossa e da dos outros evitando, no entanto, o culto ao corpo e toda a espécie de excessos, como o abuso dos alimentos e do álcool.

E o que dizer das drogas?
O uso das drogas causa gravíssimos danos à saúde e à vida humana. Salvo indicações estritamente terapêuticas, constitui falta grave. A produção clandestina e o tráfico de drogas são práticas gravíssimas; constituem uma cooperação direta com o mal, pois incitam a práticas gravemente contrárias à lei moral.

A eutanásia é permitida pela Igreja?
A eutanásia direta, que consiste em pôr fim à vida de pessoas deficientes, doentes ou moribundas, sejam quais forem os motivos e os meios, é moralmente inadmissível.
Assim, uma ação ou uma omissão que, em si ou na intenção, gera a morte a fim de suprimir a dor constitui um assassinato gravemente contrário à dignidade da pessoa humana e ao respeito pelo Deus vivo, seu Criador.

Como tratar os corpos dos defuntos?
Os corpos dos defuntos devem ser tratados com respeito e caridade. A sua cremação é permitida, se não puser em dúvida a fé na ressurreição dos corpos.

Que pede o Senhor a cada um em ordem à paz?
O Senhor, que proclama «bem-aventurados os que promovem a paz» (Mt 5, 9), pede a paz do coração e denuncia a imoralidade da ira, que é desejo de vingança pelo mal recebido, e do ódio, que leva a desejar o mal ao próximo. Estas atitudes, se voluntárias e consentidas em matéria de grande importância, são pecados graves contra a caridade.

Quando é moralmente consentido o uso da força militar?
O uso da força militar é moralmente justificado pela presença simultânea das seguintes condições: certeza de um dano permanente e grave; ineficácia de outras alternativas pacíficas; fundadas possibilidades de êxito; ausência de males piores, considerado o poder atual dos meios de destruição.
A quem compete a avaliação rigorosa dessas condições, em caso de guerra?
Compete ao juízo prudente dos governantes, aos quais compete também o direito de impor aos cidadãos a obrigação da defesa nacional, salvo o direito pessoal à objeção de consciência, realizando outra forma de serviço à comunidade humana.

O que exige a lei moral, em caso de guerra?
A lei moral permanece sempre válida, mesmo em caso de guerra. Devem tratar-se com humanidade os não combatentes, os soldados feridos e os prisioneiros. As ações deliberadamente contrárias ao direito dos povos e as disposições que as impõem são crimes que a obediência cega não pode desculpar. Devem-se condenar as destruições em massa, bem como o extermínio de um povo ou duma minoria étnica, que são pecados gravíssimos e obrigam moralmente a resistir às ordens de quem os ordena.

O que se deve fazer para evitar a guerra?
Devemos fazer tudo o que é razoavelmente possível para evitar de qualquer modo a guerra, devido aos males e injustiças que ela provoca. É necessário, em especial, evitar a acumulação e comércio de armas não devidamente regulamentadas pelos poderes legítimos; as injustiças sobretudo econômicas e sociais; as discriminações étnicas e religiosas; a inveja, a desconfiança, o orgulho e o espírito de vingança. Tudo quanto se fizer para eliminar estas e outras desordens ajudará a construir a paz e a evitar a guerra.

Lição: como vimos, são muitos os pecados contra o quinto mandamento: o homicídio, o suicídio, o aborto, o uso de drogas, a embriaguez, a eutanásia, as manipulações genéticas, o culto ao corpo, a falta de cuidado com o corpo, a guerra injusta etc. É importante conhecermos bem este mandamento para não incorrermos em nenhum pecado.

DOUTRINA CATÓLICA (33): MANDAMENTOS (7)

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