DOUTRINA (23): PECADO (3)

EVANGELHO – Lc 12, 39-48

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes”. Então Pedro disse: “Senhor, tu contas esta parábola para nós ou para todos?” E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor vai colocar à frente do pessoal de sua casa para dar comida a todos na hora certa? Feliz o empregado que o patrão, ao chegar, encontrar agindo assim! Em verdade eu vos digo: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. Porém, se aquele empregado pensar: “Meu patrão está demorando”, e começar a espancar os criados e as criadas, e a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista, ele o partirá ao meio e o fará participar do destino dos infiéis. Aquele empregado que, conhecendo a vontade do senhor, nada preparou, nem agiu conforme a sua vontade, será chicoteado muitas vezes. Porém, o empregado que não conhecia essa vontade e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Jesus continua a falar de estarmos vigilantes para que Ele nos encontre preparados quando Ele nos chamar à sua presença. Dizia ontem que estar vigilantes é viver cada dia como se fosse o último da nossa vida. Estar vigilantes é também não parar de lutar. Jesus deixa mais claro este aspecto no Evangelho de hoje. Fala da pessoa que deixa de lutar e começa a espancar os criados, a comer, beber, embriagar-se etc. Santo Agostinho dizia: “se disseste basta, pereceste”. Isto é assim, pois na vida espiritual ou subimos ou descemos. Ou lutamos e vamos subindo a montanha que nos leva para o Céu, ou paramos de lutar e começamos a cair ladeira abaixo. Desta forma, fica claro que não podemos parar de lutar. Façamos o propósito de nunca tirar a toalha, de perseverarmos na luta sabendo começar e recomeçar.

Dando continuidade à nossa série sobre a Doutrina Católica, na última quarta-feira falamos mais profundamente sobre a malícia do pecado. Se vocês não ouviram esta homilia, vale a pena ouvi-la, pois apoiando-me em alguns autores espirituais, elaborei um texto onde fica muito clara a malícia de todo pecado, a afronta contra Deus e contra o próximo que supõe todo pecado, a destruição que ele provoca. Continuando o nosso estudo sobre ele, gostaria de citar umas palavras de Nossa Senhora ditas ao Padre Gobbi falando da obediência aos mandamentos. Como vimos, se eu desobedeço aos mandamentos eu peco contra Deus e contra o próximo. Muitas pessoas desobedecem a alguns mandamentos porque não concordam com eles. Nossa Senhora vai dizer que, assim como Deus, os mandamentos são um mistério. Nós nunca vamos entendê-los com toda a profundidade. E que devemos, então, confiar em Deus que é nosso Pai. Vejamos as palavras de Maria Santíssima. Prestem atenção, pois ela falará estas palavras justamente na festa de São Tomás de Aquino, que é o maior teólogo de todos os tempos.

* * *

Locução de Nossa Senhora ao Padre Gobbi:
28 de janeiro de 1979
Festa de S. Tomás de Aquino

“Filhos prediletos, refugiai-vos no meu Coração Imaculado.
O Reino glorioso de Cristo será precedido por um grande sofrimento que servirá para purificar a Igreja e o mundo e para os conduzir à sua completa renovação.
Jesus já deu início à sua misericordiosa obra de renovação na Igreja, sua Esposa.
Vários sinais vos indicam que já chegou o tempo da purificação para a Igreja: o primeiro deles é a confusão que nela reina. Este é, de fato, o tempo da maior confusão.
A confusão difundiu-se no interior da Igreja, na qual todas as coisas são subvertidas no campo dogmático, litúrgico e disciplinar.
Há verdades reveladas pelo meu Filho e que a Igreja definiu para sempre com a sua divina e infalível autoridade.
Estas verdades são imutáveis, tal como é imutável a própria Verdade de Deus. Muitas delas fazem parte de verdadeiros e autênticos mistérios, porque não são nem nunca poderão ser compreendidas pela inteligência humana.
O homem deve acolhê-las com humildade, através de um ato de pura fé e de firme confiança em Deus, que as revelou e as propõe aos homens de todos os tempos, através do Magistério da Igreja.
Mas agora difundiu-se a perigosíssima tendência de querer penetrar e compreender tudo — até mesmo o mistério — chegando-se, assim, a acolher apenas a parte da Verdade que é compreensível para a inteligência humana. Pretende-se desvendar o próprio mistério de Deus.
Rejeita-se a verdade que não é compreendida racionalmente. Tenta-se repropor racionalmente toda a Verdade revelada, na ilusão de a tornar aceitável para todos.
Assim corrompe-se a verdade com o erro. O erro é difundido da maneira mais perigosa, isto é, como um modo novo e atualizado de compreender a Verdade; e acaba-se por subverter as próprias verdades que constituem o fundamento da fé católica. Estas verdades não são negadas abertamente, mas são acolhidas de maneira equivocada, chegando-se assim, como nunca, ao mais grave compromisso com o erro a nível doutrinal.
No final, fala-se e discute-se, mas já não se crê mais e as trevas do erro se difundem.

Mais adiante diz: Deveis viver à letra o Evangelho do meu Filho Jesus.

Lição: uma atitude orgulhosa do ser humano é querer compreender tudo o que Deus revelou para poder aceitar e viver. Sem perceber estamos colocando nós como o centro e não Deus. Deus não deve ser aquele que se encaixa na nossa mente e sim nós devemos encaixar-nos na mente de Deus. Que estas palavras tão simples e tão profundas de Nossa Senhora nos ajudem, através da humildade, a confiar em Deus e aceitar e viver seus mandamentos sabendo que Deus conhece melhor do que nós o caminho que nos leva ao amor pleno e à felicidade infinita.

DOUTRINA (23): PECADO (3)

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