EVANGELHO – Lc 13, 18-21
Naquele tempo: Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com que poderei compará-lo? Ele é como a semente de mostarda, que um homem pega e atira no seu jardim. A semente cresce, torna-se uma grande árvore, e as aves do céu fazem ninhos nos seus ramos”. Jesus disse ainda: “Com que poderei ainda comparar o Reino de Deus? Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: É muito interessante o que Jesus comenta hoje sobre com que pode comparar o Reino de Deus.
A primeira pergunta que devemos fazer é o que Jesus está querendo dizer com Reino de Deus. Há três significados para ele. O Reino de Deus pode ser o seu reino dentro do nosso coração, pode ser o seu Reino na terra e pode ser o seu Reino no Céu. Como aqui Jesus fala de algo que é pequeno e vai crescendo pouco a pouco, seu significado se refere ao seu Reino dentro do nosso coração e o seu Reino na terra.
Vamos falar do seu Reino dentro do nosso coração.
O Padre Pio, numa ocasião disse estas palavras: “Lembrai-vos que Deus está em nós se estamos em estado de graça e fora de nós se estamos em pecado grave” (Padre Pio). Deus nos ama tanto, tanto, tanto que decidiu fazer uma loucura: morar dentro da nossa alma em graça. Esta promessa foi dita por Jesus nesta ocasião: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada” (Jo 14, 23).
Se voltarmos lá atrás no Antigo Testamento, vemos que ninguém podia, nem sequer chegar perto de Deus. O motivo principal era porque como Jesus ainda não havia morrido na cruz para nos perdoar os pecados, os homens estavam em situação de pecado e, nestas circunstâncias, como Deus é puríssimo, puríssimo, Deus não permitia a nossa proximidade.
Deus, por amor, dará um passo, ao estar na Tenda de Reunião, dentro do Sancta Sanctorum. A Tenda de Reunião foi o primeiro Templo de Deus aqui na terra. Deus pediu para Moisés para construí-lo. Entrando nele, havia um primeiro ambiente e um segundo ambiente que era chamado de Santo dos Santos, ou Sancta Sanctorum, onde estava a arca da aliança, onde estava Deus. No Sancta Sanctorum só podia entrar uma vez no ano o Sumo Sacerdote no dia do Perdão ou Yom Kippur. E, se o Sumo Sacerdote estivesse em pecado, era aniquilado na mesma hora.
Quando Jesus vem à terra, depois de morrer na Cruz, Deus promete que passará a morar dentro do nosso coração em graça. Veja a loucura do amor de Deus por nós. Antes, nem podíamos chegar perto dEle e, agora, vem morar dentro da nossa alma em graça. Mas para que isto aconteça, precisamos ser batizados, pois o batismo apaga o pecado original, e com ele recebemos uma torrente de graças que não só purificam a nossa alma, como a diviniza. Com a graça que diviniza a nossa alma, Deus pode fazer morada dentro de nós. Porém, como bem disso o Padre Pio, se cometemos um pecado grave, expulsamos Deus da nossa alma. É como se ofendêssemos gravemente alguém e esta pessoa, uma vez que nos ama muito, ficasse esperando o nosso arrependimento e pedido de perdão para voltar a falar conosco. Assim, enquanto não pedirmos perdão dos pecados graves na confissão, Deus não volta a morar em nossa alma.
Uma vez que recebemos o batismo e não temos nenhum pecado mortal Deus mora dentro de nós, estabelecendo o seu reinado no nosso coração. Porém o desejo de Deus é que, como diz no Evangelho de hoje, este Reino vá crescendo pouco a pouco como um grão de mostarda, como o fermento no meio da massa. E como o seu Reino cresce? Alimentando a alma com a graça e isso pode ser feito através dos sacramentos que se pode receber frequentemente como a Comunhão e a confissão e crescendo em santidade, lutando para parecer-nos cada vez mais com Jesus Cristo.
Lição: deixar Deus estabelecer o seu Reino dentro do nosso coração e ajudá-lo a que floresça cada vez mais crescendo na graça e lutando para sermos cada mais parecidos com Cristo.