DEMÔNIOS (2): A PROVA QUE OS ANJOS FORAM SUBMETIDOS

EVANGELHO – Mt 10, 1-7

Naquele tempo: Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: “O Reino dos Céus está próximo”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
o Evangelho de hoje começa com Jesus dando aos doze apóstolos o poder de expulsarem os demônios e de curarem todo o tipo de doença e de enfermidade. Sendo os demônios de uma natureza superior à nossa, Deus concede aos seus ministros ter poder sobre ele, o poder de expulsá-los.

Vamos continuar a nossa série sobre os demônios, continuando o relato da Beata Maria de Jesus de Agreda sobre a criação.

Hoje ela vai falar como foi a queda dos anjos. Deus poderia ter nos colocado diretamente no seu Reino ao criar-nos. Porém, por uma grande delicadeza da sua parte, preferiu respeitar a nossa liberdade e permitir que participemos da sua vida na eternidade depois de sermos submetidos a uma prova. Para nós a prova dura o tempo da nossa vida. Para os anjos a prova durou um segundo, pois eles têm ciência infusa e assim que tomam uma decisão, ela é para sempre. Por terem ciência infusa, os anjos não passam por um processo de amadurecimento como nós passamos. A Beata Maria de Jesus conta como foi esta prova dos anjos.

* * *

Deus manifestou aos anjos que criaria a natureza humana inferior à deles. Seriam criaturas racionais para amar, temer e reverenciar a Deus como a seu autor e eterno bem. A esta natureza humana favoreceria tanto, que a segunda pessoa da Santíssima Trindade se faria homem (…) Esta pessoa, que será Jesus, os anjos deveriam reconhecer como cabeça da criação, não só enquanto Deus, mas também enquanto homem.

Deveriam reverenciá-lo e adorá-lo, como seus servos, sendo inferiores a Ele em dignidade e graças. E a graça e a glória que possuiriam deveriam a Ele. Para a glorificação dEle haviam sido criados, e seriam criadas as demais criaturas, porque a todas seria superior. Todas quantas fossem capazes de conhecer e gozar de Deus, seriam membros desta cabeça e formariam seu povo para reconhecê-lo e reverenciá-lo. Tudo isto foi proposto e ordenado aos anjos, sendo-lhes mostrada a conveniência, equidade, justiça e razão que haveria nisto.

A este preceito de reverenciá-lo, os santos anjos, obedientes e de plena boa vontade, submeteram-se com humilde e amoroso afeto.

Lúcifer, ao contrário, por soberba e inveja, desobedeceu a este mandato divino, induzindo os anjos que eram seus sequazes a fazerem o mesmo. Lúcifer persuadiu-os de que ele seria a cabeça deles e formariam um principado independente e separado de Cristo.

Ao ser proposta a todos os anjos a obediência ao Verbo humanado, foi-lhes apresentado o terceiro preceito: superior a eles existiria também uma mulher, em cujas entranhas tomaria carne humana o Unigênito do Pai; esta mulher, Rainha deles e das demais criaturas, nos dons da graça e glória se elevaria acima de todas, tanto angélicas como humanas.

Os bons anjos, obedecendo a este preceito do Senhor, cresceram e se aperfeiçoaram na humildade, aceitando e louvando o poder do Altíssimo. Lúcifer, porém, e seus sequazes, a esta realidade de serem inferiores à Mãe do Verbo humanado e Senhora nossa, se exaltaram ainda mais na soberba e presunção e proferiram horrendas blasfêmias, indignando-se contra o Autor de tão grandes maravilhas, e incitando os demais com estas palavras: Injustos são estes preceitos e injuriosos para minha grandeza. Essa natureza humana que tu, Senhor, olhas com tanto amor e pretendes beneficiar tanto, eu perseguirei e destruirei, empregando nisso todo o meu poder e diligência. E a esta Mulher, Mãe do Verbo, derrubarei do estado em que a prometes colocar, e em minhas mãos perecerão teus projetos.

Esta soberba arrogância irritou tanto ao Senhor, que humilhando a Lúcifer, disse: – Esta mulher que não quiseste respeitar, te esmagará a cabeça (Gn 3, 15) e por Ela serás vencido e aniquilado. E, se por tua soberba, entrar a morte no mundo (Sb 2, 24), pela humildade desta mulher entrará a vida e a salvação dos mortais. Os da natureza e semelhança destes dois (Cristo e Maria), gozarão do prêmio e coroa que tu e teus seguidores perderão.

A tudo isto replicava o dragão com indignada soberba, contradizendo o que entendia da divina vontade e de seus decretos, e ameaçando a toda a linhagem humana.

Conheceram os bons anjos a justa indignação do Altíssimo contra Lúcifer e os demais apóstatas. Os bons anjos encabeçados por São Miguel, com ardente zelo para defender a glória de Deus pediram licença ao Senhor para resistir e atacar Lúcifer e seus sequazes, sendo-lhes concedida essa permissão. E puseram-se a lutar contra eles.

Lição: Lutar com todas as forças contra a soberba que é o pior defeito levando a criatura a se insurgir contra o seu Criador que é todo Amor.

DEMÔNIOS (2): A PROVA QUE OS ANJOS FORAM SUBMETIDOS

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