EVANGELHO – Mt 13, 10-17
Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. Pois à pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem. É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não veem, e ouvindo, eles não escutam, nem compreendem. Deste modo se cumpre neles a profecia de Isaías: “Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure”. Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: Jesus, no Evangelho de hoje cita a profecia de Isaías: “Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure”.
Os profetas foram enviados de Deus que viveram antes da vinda de Cristo e que foram ajudando o povo judeu a relembrar os mandamentos de Deus, censurando muitas vezes os seus desvios. Jesus, citando Isaías fala de muitos que fecham o seu coração para Deus. E, como sabemos, o demônio faz de tudo para que os homens não deem ouvidos ao Criador. Continuemos a falar da situação do mundo atual e do que ocorreu depois do Concílio Vaticano II nas palavras do Papa Paulo VI. Falamos ontem da audiência deste papa falando do demônio.
Na sua exposição, o Santo Padre tirou uma conclusão prática que, para além dos milhares dos fiéis presentes na vasta sala de audiências, se dirigia aos católicos do mundo inteiro: “A propósito do demônio e da sua influência sobre os indivíduos, sobre as comunidades, sobre sociedades inteiras, faz-se necessário retomar um capítulo muito importante da doutrina católica ao qual hoje se presta pouca atenção”.
Por outras palavras, a Cabeça da Igreja afirmava que falar do demônio é muito importante e que esta verdade é, hoje em dia, esquecida. Existe uma lacuna no ensino na catequese e na pregação. E essa lacuna pede que seja preenchida. Estamos perante “uma das maiores necessidades” da Igreja no momento presente, dizia o papa.
Este tema levantado pelo Paulo Paulo VI teve um precedente importante ocorrido no pontificado de Leão XIII.
Era um dia de dezembro de 1884 ou de janeiro de 1885, no Vaticano, na capela privada de Leão XIII. Depois de ter celebrado a missa, o papa, como de costume, assistiu a uma segunda missa. Lá pelo fim, viram-no levantar a cabeça de repente e olhar fixamente para o altar, acima do Sacrário. O seu rosto empalideceu e as suas feições tornaram-se tensas. Finda a missa, levantou-se e, ainda sob os efeitos de uma intensa emoção, dirigiu-se para o seu quarto de trabalho. Um dos prelados que o rodeavam perguntou-lhe:
– Santo Padre, sente-se cansado? Precisa de alguma coisa?
– Não, respondeu Leão XIII, não preciso de nada…
O Papa encerrou-se no seu escritório. Meia-hora mais tarde, mandou chamar o Secretário da Congregação dos Ritos. Estendeu-lhe um papel com um texto manuscrito e pediu-lhe que o mandasse imprimir e o enviasse aos bispos de todo o mundo.
Qual era o conteúdo desse papel? Uma oração ao Arcanjo São Miguel, composta pelo próprio papa: “São Miguel Arcanjo, defende-nos no combate, sede o nosso amparo contra a maldade e as ciladas do demônio. Instante e humildemente vos pedimos que Deus impere sobre ele. E vós, Príncipe da milícia celeste, com esse poder divino, precipitai no inferno Satanás e os outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para a perdição das almas”.
Um cardeal, que conhecia o secretário particular do então pontífice, explica que “o Papa Leão XIII teve uma visão de espíritos demoníacos, que estavam se reunindo na Cidade Eterna (Roma). O Papa Leão teria testemunhado uma conversa entre Jesus e Satanás.
O diálogo entre os dois costuma ser relatado da seguinte forma:
Satanás diz a Jesus: “Eu posso destruir a sua Igreja”.
Jesus responde: “Você pode? Então vá em frente e faça isso”.
Satanás: “Para fazer isso, preciso de mais tempo e mais poder”.
Jesus: “Quanto tempo? Que tipo de poder”?
Satanás: “De 75 a 100 anos, e um poder maior sobre aqueles que se entregam ao meu serviço”.
Jesus: “Você tem o tempo, você terá o poder. Faça com eles o que você quiser”.
Uma oração mais longa a São Miguel, conhecida como “oração do exorcismo”, apesar de não ter sido usada em rituais exorcistas, foi aprovada pelo Papa três anos depois em duas versões: uma para o clero e outra para a oração individual.
Lição: com estas citações que estou fazendo vocês estão entendendo melhor porque o mundo hoje está tão afastado de Deus: estamos passando por um período de uma atuação maior do demônio no mundo querendo destruir tudo, todos os valores da sociedade. Em Fátima Nossa Senhora deixa claro que uma das grandes investidas do demônio seria o marxismo que levaria o mundo a um grande ateísmo. Para destruir tudo também, nada melhor, não é verdade, do que entrar na Igreja. E entrou através da teologia da libertação, através da homossexualidade, através da dessacralização, da destruição do sagrado tornando a Igreja uma instituição de preocupações humanas onde a fé vai se perdendo cada vez mais. Por tudo isso, saibamos rezar muito pela Igreja e por todos os sacerdotes.
