CONVERSÃO: E O NATAL

EVANGELHO – Mt 21, 28-32

Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes e anciãos do povo: Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, ele disse: “Filho, vai trabalhar hoje na vinha”! O filho respondeu: “Não quero”. Mas depois mudou de opinião e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: “Sim, senhor, eu vou”. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “O primeiro”. Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo, que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio até vós, num caminho de justiça, e vós não acreditastes nele. Ao contrário, os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele.
– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
A liturgia da Palavra desta terça-feira nos fala de conversão, de mudança de atitude e de comportamento, para retomarmos os caminhos de Deus, mesmo que tenhamos tropeçado em nossa vida, pois Deus sempre nos dá uma oportunidade de conversão.

Apesar da nossa fraqueza, da nossa miséria, devemos procurá-lo, certos de que ele estará de braços abertos, pronto a perdoar nossas faltas e nos acolher em seu amor.

A primeira leitura da profecia de Sofonias fala da cidade rebelde, desonrada e desumana, que não prestou ouvidos aos apelos de Deus e não aceitou a sua correção, preferindo continuar no caminho errado.

Diz o profeta Sofonias no capítulo 3, 1-2.9-13:

“Assim fala o Senhor: Ai de ti, rebelde e desonrada, cidade desumana.
Ela não prestou ouvidos ao apelo, não aceitou a correção; não teve confiança no Senhor, nem se aproximou de seu Deus”.

Podemos nos colocar no lugar dessa cidade. Quantas vezes Deus nos tem dado oportunidade de mudarmos de vida, de agirmos diferente, conforme sua vontade, mas não damos ouvido e preferimos continuar ignorando os seus apelos.

Estamos vivendo o Advento onde Deus aproveita para fazer um profundo apelo à mudança de vida, um apelo à conversão. Porém, para muitas pessoas, o Advento se resume na espera de uma grande festa e nada mais.

Deus, conhecendo nossa ignorância, continua nos concedendo outras chances e oportunidades, como concedeu à cidade profetizada por Sofonias. Devemos perguntar neste tempo do advento: o que Deus quer de mim? Sofonias dá a resposta: quer que sejamos pessoas de lábios purificados, que prestemos culto a Deus. Que levemos uma vida íntegra, de oração e que vivamos bem na família e na sociedade. Quando agimos assim, não nos envergonhamos dos nossos atos e andamos sempre de cabeça erguida.

Quando fazemos a nossa parte, esforçando-nos para andar no bom caminho, Deus faz a parte dele e nos afasta de nós aquilo que pode nos influenciar negativamente, sejam pessoas ou situações.

A conversão é também o apelo do evangelho de hoje. Aqui, Jesus conta a parábola do pai que tinha dois filhos. O primeiro, quando lhe foi pedido para fazer algo, prontamente disse não, mas depois se arrependeu e foi. Já o segundo disse que sim, mas depois não foi. O primeiro representa aqueles que, embora pecadores, um dia tomam consciência dos seus erros e buscam os caminhos de Deus, buscam fazer a vontade do Pai, mesmo que num primeiro momento o tenham negado. Deus lhe perdoa e o acolhe. Nestes estão incluídos os publicanos e as meretrizes que se converteram. O segundo filho representa aqueles que vivem de aparências. Mostram que estão dispostos, falam que amam a Deus, mas suas obras não condizem com suas palavras.

Esta parábola, como todas, é dirigida a todos nós, mas também estava dirigida aos doutores da Lei que viviam de aparências. Jesus questiona profundamente a postura religiosa deles e propõem-lhes a mudança de vida.

Apliquemos esta parábola a nós e vejamos neste Natal, o que Deus quer que nos convertamos. Coloco a seguir algumas sugestões, mas cada um deve ver o que Deus lhe pede.
– passar a ir à missa todos os domingos, sem falta, mesmo viajando ou não;
– confessar-se com mais frequência e, caindo em pecado mortal, confessar-se o quanto antes para manter o estado de graça;
– lutar decididamente contra os olhares impuros;
– pedir desculpas sempre que faltar à caridade;
– não falar mais mal dos outros;
– ter um horário fixo para acordar e para deitar
– não fazer comentários negativos;
– não xingar mais;
– não faltar o respeito com a esposa, com o marido etc.

Um ponto concreto de conversão é o melhor presente que podemos dar ao Menino-Jesus no Natal. Pensemos nisto.

CONVERSÃO: E O NATAL

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