CONFISSÃO: E O NATAL

EVANGELHO – Mt 18, 12-14

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Que vos parece? Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde, não deixa ele as noventa e nove nas montanhas, para procurar aquela que se perdeu? Em verdade vos digo, se ele a encontrar, ficará mais feliz com ela, do que com as noventa e nove que não se perderam. Do mesmo modo, o Pai que está nos céus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Jesus utiliza muitas vezes esta imagem do Bom Pastor e suas ovelhas. Hoje Jesus nos fala do desejo de salvar todas as suas ovelhas e o seu cuidado com cada uma.

Como uma ovelha volta para o redil de Jesus? Pedindo perdão dos seus pecados.

O profeta Isaías na Primeira Leitura da missa de hoje diz: “preparai um caminho para o Senhor, aplainai na estepe um caminho para o nosso Deus. Todo o vale seja preenchido; todo o monte ou outeiro, rebaixado; o solo eriçado mude-se em plano, e as escabrosidades em solo liso” (Is Is 40, 1-11).

O melhor modo de prepararmos a alma para o Senhor que chega e voltar para o redil de Jesus é fazermos neste Advento uma boa confissão.

Para aqueles que caíram em pecado mortal depois de batizados, este sacramento é tão necessário para a salvação como o é o Batismo. Todos os pecados mortais cometidos depois do batismo devem passar pelo tribunal da Penitência, numa confissão auricular e secreta, com absolvição individual.

Depois do pecado mortal, o pior mal que podemos cometer é o pecado venial, pois nos priva de muitas graças atuais. Cada pecado venial é um grande tesouro perdido: diminui o fervor da caridade, aumenta as dificuldades na prática das virtudes e inclina ao pecado mortal, que acabará por chegar se não se reage com prontidão.

O pecado, porque é a maior tragédia que pode existir para um homem, produz um profundo desequilíbrio em quem o comete. No sacramento da Confissão, o Senhor coloca de novo as coisas no seu lugar; além de perdoar o pecado, introduz na alma a ordem e a harmonia perdidas.

Uma confissão bem-feita muda a nossa alma. Todas as nossas ações passam a ser feitas de uma forma muito diferente. Além disso, causamos um bem incalculável a toda a Igreja. Toda ela se alegra e se enriquece misteriosamente cada vez que o sacerdote pronuncia as palavras da absolvição para um fiel.

Na vida íntima da Igreja – na qual Cristo é a pedra angular -, cada fiel sustenta os outros com as suas boas obras e merecimentos, e ao mesmo tempo é sustentado por eles. Todos necessitamos uns dos outros e, na verdade, todos participamos continuamente dos bens espirituais comuns. Os nossos méritos ajudam os nossos irmãos espalhados por toda a terra; e, em sentido contrário, os nossos pecados os puxam para baixo. São Paulo é quem nos ensina esta verdade do Corpo Místico de Cristo.

Diz o papa São João Paulo II no seu documento sobre a confissão: “Esta é a outra face daquela solidariedade que, em nível religioso, se desenvolve no mistério profundo e magnífico da Comunhão dos Santos, graças à qual se pode dizer que toda a alma que se eleva, eleva o mundo. A esta lei da elevação corresponde, infelizmente, a lei da descida pela qual uma alma que se rebaixa pelo pecado, rebaixa consigo toda a Igreja. Por outras palavras, não existe pecado algum, mesmo o mais íntimo e secreto, que afete exclusivamente aquele que o comete. Todo o pecado repercute, com maior ou menor intensidade, com maior ou menor dano, em todo os membros da Igreja”.

Não deveríamos recorrer a este sacramento com mais alegria e com mais prontidão, sabendo que, pelo simples fato de nos confessarmos bem, estamos ajudando tantos e tantos cristãos e especialmente aqueles que estão mais próximos de nós?

Que tudo isso nos leve a amarmos cada vez mais o sacramento da confissão e a buscá-lo com mais frequência.

CONFISSÃO: E O NATAL

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