EVANGELHO – Mt 7, 15-20
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Cuidado com os falsos profetas:
Eles vêm até vós vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes.
Vós os conhecereis pelos seus frutos. Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? Assim, toda árvore boa produz frutos bons, e toda árvore má, produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má pode produzir frutos bons. Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e jogada no fogo.
Portanto, pelos seus frutos vós os conhecereis.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: No Antigo Testamento alude-se com frequência aos «falsos profetas»; é célebre a passagem de Jeremias no capítulo 23, 9-40. Denuncia-se ali a impiedade desses profetas que «profetizam por Baal (que era um deus pagão da época) e descaminham o meu povo de Israel».
Como distinguir os falsos profetas dos verdadeiros? Jesus nos diz para olharmos os seus frutos: “pelos seus frutos vós os conhecereis”. O que verdadeiramente fala das coisas de Deus semeia fé, esperança, caridade, paz, compreensão; pelo contrário, o falso profeta é o que com a sua pregação e o seu comportamento ou atuação semeia divisão, ódio, ressentimento, orgulho, sensualidade (cfr Gal 5, 16-25). Mas o fruto mais característico do falso profeta é afastar o povo de Deus da doutrina de Cristo.
Além da consideração dos falsos profetas, estas palavras de Cristo, “pelos seus frutos vós os conhecereis”, podem-se aplicar a nós, no dia-a-dia e aos outros. É muito comum as pessoas, com suas palavras, dizerem coisas maravilhosas, como que amam muito a Deus, que estão apaixonadas por alguém, que querem mudar o mundo etc. E, depois, você vai ver as suas obras e elas não batem com o que está falando.
Nós, brasileiros, temos a tendência a sermos muito sentimentais, mostrar que temos um bom coração, que nos emocionamos com as coisas etc. Porém, depois, as nossas obras não refletem o que expressamos. Eu me lembro de uma vez quando promovi, através dos e-mails que mandava para as pessoas semanalmente com uma reflexão sobre algum aspecto para crescermos na nossa vida, um grupo para fazer uma ação social por mês. Convidei a todos, na época as pessoas que recebiam meus e-mails estavam em torno de 30 mil, para participarem de uma reunião onde definiríamos o projeto. Depois que fiz o convite para aquela quantidade grande de pessoas, fiquei preocupado se iria provocar um colapso no trânsito imaginando uma quantidade enorme de pessoas dirigindo-se à igreja onde marquei a reunião. Quantas pessoas apareceram? Dez. Quando vi aquele número reduzido de pessoas me dei conta que na prática são poucas as pessoas que querem fazer algo pelas pessoas necessitadas, apesar de que todos dizem que se preocupam com os que sofrem.
Estas palavras de Cristo serão sempre um sinal de quem realmente nós somos. Quais são as nossas obras? Você ama de verdade a Deus? Quais são as suas obras? Você vive todos os mandamentos? Você ama realmente o teu esposo, a tua esposa, o teu namorado, a tua namorada? Quais são as tuas obras?
É muito fácil hoje sermos enganados pelas palavras. Infelizmente, como as pessoas estão muito afastadas de Deus, há muita falsidade. Se somos ingênuos ou impulsivos, podemos tomar decisões que posteriormente iremos nos arrepender por confiar nas palavras.
Lição: Como dizia São Josemaria: “obras é que são amores e não boas razões”. Vejamos se estas obras estão presentes na nossa vida com relação a Deus e com relação ao próximo e estejamos atentos para não tomar decisões sem antes conhecermos como realmente são as pessoas através das suas obras.
