CARIDADE: NÃO JULGAR, SOMOS IRMÃOS

EVANGELHO – Mt 7, 1-5

“Não julgueis, e não sereis julgados. Pois, vós sereis julgados com o mesmo julgamento com que julgardes; e sereis medidos, com a mesma medida com que medirdes. Por que observas o cisco no olho do teu irmão, e não prestas atenção à trave que está no teu próprio olho? Ou, como podes dizer ao teu irmão: “deixa-me tirar o cisco do teu olho”, quando tu mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Jesus continua a dar ensinamentos sobre a caridade. No sábado falamos sobre o julgamento, que nossos juízos devem estar impregnados da caridade.

Hoje Nosso Senhor nos diz que do mesmo modo como julgamos os outros, Deus nos julgará. Da mesma forma que Jesus nos diz no Pai-Nosso que Ele perdoará as nossas ofensas da mesma forma como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

Jesus está nos ensinando que a caridade começa dentro do coração. Até a vinda de Jesus, Deus não ressaltava a importância do nosso interior, do nosso coração, pois os seus filhos ainda não estavam preparados para dar este passo. Deus insistia muito ainda no exterior, na caridade exterior.

Agora, como dissemos, Jesus vai elevar a caridade à sua perfeição. Assim vai nos dizer que também pecamos contra a caridade mesmo que seja só no nosso interior, por pensamentos. E isso é muito importante, pois as faltas de caridade exteriores surgem do nosso interior, do nosso coração.

E o que temos que fazer? Amar os demais, no nosso íntimo, como Deus os ama. Deus é Pai e todos são seus filhos. Assim como os pais amam seus filhos de modo incondicional, Deus também ama a nós de modo incondicional, porém com um amor infinitamente maior. A última coisa que um pai, uma mãe desejam é julgar e condenar um filho. Os pais não julgam, amam. Fazem de tudo para que os seus filhos saiam do mau caminho e voltem para o caminho do bem.

A diferença para nós é que os demais não são nossos filhos, mas nossos irmãos. Sendo Deus o nosso Pai e amando-o muito, vamos querer amar os nossos irmãos como Ele os ama. Não julgando e fazendo de tudo para que nossos irmãos saiam do mau caminho e voltem para o caminho do bem.

Como hoje as pessoas estão muito afastadas de Deus, elas não têm esta visão. Olham os outros como outros e não como irmãos e filhos do mesmo Pai que é Deus. E assim, o julgamento será a coisa mais comum nas pessoas. Passam a vida julgando e condenando as pessoas, classificando-as em boas e más continuamente.

É importante ressaltar que a raiz de julgar e condenar as pessoas é, não só o fato de não nos vermos como irmãos, como também de um defeito chamado orgulho ou soberba. O orgulhoso julga-se, mesmo que não perceba, superior aos demais. Porém todos nós somos pecadores. Por isso, Jesus diz no final deste Evangelho de temos que tirar a trave do nosso olho. A trave do nosso olho é a soberba que nos impede de ver que também nós somos pouca coisa e que o que temos de bom devemos a Deus. Se tirarmos esta trave, não julgaremos e condenaremos as pessoas, pois nos veremos tão pecadores como os demais.

É como Jesus falasse: olhe para si antes de olhar para o outro. Porém o soberbo só olha para os outros, pois ele, ao seu ver, não tem problema, ele é bom, muito bom. O soberbo tem a famosa visão do funil. Olha de modo estreito os outros e a si, quando se olha, vê-se de modo amplo. Ao ver os outros, não deixa passar uma. Porém, ao olhar para si mesmo, não vê nada de mal, nada de ruim. Se fez algo ruim, foi porque estava cansado, estava num mal dia, estava com dor de cabeça. A culpa não é dele, mas de circunstâncias externas.

Por que há tantas guerras no mundo, tanta gente que passa a perna no outro, tanta maldade? Porque não há amor dentro do coração de muitas pessoas. Se perguntarmos às pessoas se elas são boas, todas dirão que sim, que não fazem nada de mal. Porém, se isso fosse verdade, o mundo seria a antessala do Céu. E não é bem isso que nós vemos.

Lição: Ver os demais como são: são nossos irmãos. E que o amor pelos nossos irmãos nos leve a não pensar mal deles, a não julgar nem condenar, mas a rezar e a dar a vida para que sejam cada dia melhores.

CARIDADE: NÃO JULGAR, SOMOS IRMÃOS

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