ALEGRIA: ESTÁ EM SEGUIR A NOSSA VOCAÇÃO

EVANGELHO – Jo 6, 35-40

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei. Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
Estamos percorrendo nestes dias o Evangelho de São João e o capítulo 6 que estamos lendo agora é o famoso capítulo da promessa da Eucaristia. Jesus preparou tudo para nos falar que a partir de agora nos dará como pão, como o pão da vida. Primeiro Jesus faz o milagre da multiplicação dos pães e, no dia seguinte, vai bem cedinho para a outra margem do lago de Genesaré, sem que a multidão o perceba. Quando ela se dá conta, vai atrás de Jesus. Ele diz à multidão que o segue que eles vão atrás dele porque lhes deu o pão no dia anterior. E aí Jesus aproveita para lhes dizer que agora lhes dará outro pão, o pão da vida e quem o comer não terá mais fome. Este pão é a Eucaristia.

Nós dizemos que neste dia Jesus faz a promessa da Eucaristia, pois esta promessa se concretizará na Última Ceia, quando celebrará a primeira missa e converterá o pão no seu corpo, sangue, alma e divindade. A partir deste dia, este milagre ocorrerá em todas as missas quando o sacerdote pronunciar as palavras que nós chamamos de consagração, que são as palavras da Última Ceia: “Tomai todos e comei… Isto é o meu Corpo… Tomai todos e bebei… Isto é o meu Sangue”.

Que alegria é poder receber ao próprio Deus como alimento. Falando em alegria, vamos dar continuidade à reflexão sobre as raízes da alegria citando Dom Rafael. Hoje ele nos falará que a alegria está em seguir a estrela da nossa vocação que Deus nos deu ao colocar-nos aqui na terra. Vai dizer que todos nós temos uma vocação, uma missão a cumprir aqui na terra e que nossa alegria é seguir o caminho desta vocação.

* * *

A ESTRELA DO NOSSO DESTINO

Ainda poderíamos encontrar uma outra imagem mais expressiva: a estrela. Dizem que são homens felizes aqueles que nascem com uma boa estrela. Nós diríamos que são homens felizes aqueles que são fiéis à sua estrela. Porque todos nós nascemos com uma boa estrela: a estrela do nosso destino, da nossa missão, da nossa vocação. E essa vocação dada por Deus, não o duvidemos, é uma vocação para a felicidade. Deus está mais empenhado na nossa felicidade do que nós mesmos.
A palavra vocação vem do latim vocare, que significa chamar. Todos nós fomos chamados à vida para cumprir uma determinada missão. Todos nós fomos objeto de uma convocação. Por isso, todos nós nascemos com vocação: temos uma estrela brilhando em cima das nossas cabeças (…) E a felicidade da vida – a alegria de viver – consiste justamente em sermos fiéis ao roteiro marcado por essa estrela.

O Evangelho diz-nos que os magos videntes alegraram-se imensamente ao verem a estrela (Mt 2, 2). Aqueles desconhecidos personagens vindos do Oriente para adorar o Menino-Deus em Belém, ao verem novamente a estrela que guiara os seus passos e que tinham perdido, alegraram-se muitíssimo, com imensa alegria. Ao utilizar esta redundância, o Evangelista pretende frisar a intensidade da sua alegria.

Essa estrela-símbolo da nossa vocação está gravada a fogo no fundo do nosso ser. É ela que marca o sentido da nossa vida. E quando o nosso caminhar percorre essa trajetória, a nossa natureza inteira, nas suas mais íntimas raízes, alvoroça-se também com imenso gozo.

Por isso dizíamos antes que a alegria é como um dispositivo oculto — um radar — que nos vai orientando com os seus avisos: “Sim, é por aqui; é esta a rota certa”. Quando estamos nesta rota, na rota da nossa vocação, parece que até a fibra mais escondida do nosso ser estremece de alegria.

* * *

Diz Dom Rafael então que somos felizes aqui na terra se seguimos a estrela que Deus nos deu, se trilhamos o caminho da vocação à qual nos chamou. É lógico que seja assim, pois Deus, criando-nos para algo concreto, nosso ser reverbera quando entramos em sintonia com aquilo pelo qual fomos criados. Tudo ali se encaixa perfeitamente como duas peças de um quebra-cabeças. Para isso é importante fazer esta pergunta: eu sei qual é a minha vocação? Estou seguindo a minha estrela? Penso que estas duas perguntas dão pano para muita manga. Procuremos refletir neste tema nos próximos dias.

ALEGRIA: ESTÁ EM SEGUIR A NOSSA VOCAÇÃO

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