DOUTRINA CATÓLICA (37): MANDAMENTOS (11)

EVANGELHO – Jo 17, 11b-19

Naquele tempo: Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: “Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um.
Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu guardei-os e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura. Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada.
Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor

Olhar para Jesus:
São João continua a descrever no Evangelho de hoje a Oração Sacerdotal de Jesus. Toda a oração de Jesus é dirigida ao Pai. Com isto Jesus nos mostra como devemos nos dirigir a Deus: como Pai, um Pai que nos ama muito. Nosso Senhor nesta oração: pede que Ele seja glorificado para que, em consequência, o Pai seja glorificado; menciona que sua missão é dar-nos a vida eterna; e diz que a vida eterna é conhecer e viver com Deus; diz que levou a termo a missão que o Pai lhe confiou; diz que manifestou o Pai para nós; diz que aqueles que estavam com o coração aberto ouviram a sua voz; diz que os seus reconheceram que Ele foi enviado pelo Pai; diz que reza por nós; pede ao Pai que Ele nos guarde; pede ao Pai que Ele não nos tire do mundo, mas livre-nos do mal e pede que estejamos sempre na verdade.

Continuando a nossa série sobre a Doutrina Católica, vamos começar a estudar agora o Sétimo Mandamento, “Não furtar”.

O SÉTIMO MANDAMENTO: NÃO ROUBAR

Que diz o sétimo mandamento?

Ele enuncia o destino, a distribuição universal e a propriedade privada dos bens, e ainda o respeito das pessoas, dos seus bens e da integridade da criação. Inclui-se também neste mandamento a Doutrina Social da Igreja, que dá os critérios para agir corretamente na vida social e política, na atividade econômica, fala do direito e do dever do trabalho humano, da justiça e da solidariedade entre as nações e do amor aos pobres.
Tudo o que se refere ao uso ordenado dos bens terrenos foi estabelecido por Deus neste mandamento. As ideias principais para a compreensão deste preceito são:
1) Deus criou as coisas e entregou-as aos nossos primeiros pais e depois a todos os homens, a fim de que as utilizemos a serviço do homem. Usando-as, no entanto, não devemos esquecer que Deus é dono e senhor de tudo, ao passo que nós somos apenas administradores.
Em conformidade com esta disposição divina, podem os homens possuir legitimamente alguns bens, que lhes são necessários para manterem a vida e para se sentirem mais seguros e livres: é o direito – que é direito natural – à propriedade privada (cf. Conc. Vaticano II, Gaudium et spes, n. 71; Documento de Puebla, nn. 542 e 1271).
2) Consequentemente, o homem, em relação aos seus próprios bens, deve comportar-se sabendo que as coisas da Terra são para seu serviço e utilidade, mas tendo sempre presente que esses bens não são em si mesmos fins, mas só meios para que o homem cumpra o seu destino eterno. Devem estar, portanto, sujeitos e orientados aos bens verdadeiramente importantes, que são os bens da alma.
3) Em relação aos bens alheios, não se pode esquecer que, quando uma pessoa possui legitimamente bens, estes são seus e não lhe podem ser injustamente tirados contra a sua vontade.

Em que condições existe o direito à propriedade privada?
O direito à propriedade privada existe se ela for adquirida ou recebida de modo justo e desde que seja respeitado o destino universal dos bens para a satisfação das necessidades fundamentais de todos os homens.

Qual é o fim da propriedade privada?
O fim da propriedade privada é a garantia da liberdade e da dignidade de cada uma das pessoas, ajudando-as a satisfazer as necessidades fundamentais próprias e daqueles por quem se tem a responsabilidade.

O que prescreve o sétimo mandamento?
O sétimo mandamento prescreve o respeito dos bens alheios, mediante a prática da justiça e da caridade, da temperança e da solidariedade. Em particular, exige o respeito das promessas e dos contratos estipulados; a reparação da injustiça cometida e a restituição do mal realizado; o respeito pela integridade da criação mediante o uso prudente e moderado dos recursos minerais, vegetais e animais que há no universo, com especial atenção para as espécies ameaçadas de extinção.

Que proíbe o sétimo mandamento?
O sétimo mandamento, antes de mais, proíbe o furto que é a usurpação do bem alheio contra a razoável vontade do seu proprietário. É o que também sucede no pagamento de salários injustos; na especulação sobre o valor dos bens para obter vantagens com prejuízo para os outros; na falsificação de cheques ou faturas. Proíbe, além disso, cometer fraudes fiscais ou comerciais (subornos), deixar de pagar os impostos justos, causar um dano às propriedades privadas ou públicas. Proíbe também a usura, a corrupção, o abuso privado dos bens sociais, os trabalhos culpavelmente mal-feitos, os gastos exagerados e os gastos temerários (em jogos, por exemplo).

Lição: procuremos pensar hoje se temos sido corretos em todos os nossos negócios, que Deus não tenha nada a nos recriminar neste campo.

DOUTRINA CATÓLICA (37): MANDAMENTOS (11)

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