EVANGELHO – Mc 1, 7-11
Naquele tempo, João Batista pregava dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”. Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia, e foi batizado por João no rio Jordão. E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer.
– Palavra da Salvação
– Glória a vós, Senhor
Olhar para Jesus: outra lição que podemos tirar do nascimento de Jesus é a lição de abraçar a cruz do jeito que ela vier.
Quantas contrariedades Maria e José enfrentaram no nascimento do Menino Jesus. Primeiro vem o recenseamento do imperador César Augusto. Pelo recenseamento, todos deviam ir até a cidade de origem, pois era lá que ficavam os registros das famílias. O problema é que Nossa Senhora estava prestes a dar à luz e aquela notícia os deixou preocupados. Depois, chegando em Belém, começam a procurar alguma casa onde se abrigarem e só recebem recusas. Imaginem a preocupação de São José, sendo o chefe daquela família e querendo dar o melhor para o seu Filho que era o próprio Deus e querendo alegrar Maria oferecendo um lugar aprazível para o nascimento. Como deve ter sofrido São José e Maria também. Até que são constrangidos a irem a uma gruta destinada aos animais.
Além disso, passado um tempo, um anjo aparece em sonhos a José e lhe diz que deve ir ao Egito, pois Herodes ficou sabendo do nascimento de um rei e pediu para matarem todas as crianças recém-nascidas. A Sagrada Família já estava num lugar que não era a casa deles e, ainda por cima, tem que ir a outro país, que falava outra língua, sem ter a carpintaria que era o sustento de São José.
Se formos pensar em todas as contrariedades, compreenderíamos que Maria e José estivessem reclamando até hoje de todas as contrariedades que tiveram que suportar por ocasião do nascimento de Jesus. No entanto, reinava na Sagrada Família uma imensa paz.
Maria e José souberam ver a mão de Deus por trás de cada acontecimento e que tudo tinha um propósito. Foram acontecendo coisas que eles não esperavam, mas nunca se sentiram desemparados por Deus. Sabiam que Deus queria ensinar algo para eles e para nós ao longo dos séculos e que tudo é para o bem. Então, apesar de sofrerem, aceitaram tudo com imensa paz, sabendo que Deus ia prover tudo, que lhes cabia apenas fazer a parte deles.
Será que eu tenho sabido ver Deus por trás de cada contrariedade que não vem por minha culpa? Há contrariedades que são geradas por nossa culpa, mas há uma quantidade grande de contrariedades que não temos nenhuma culpa e aparece na minha vida. Pois bem, tenho sabido aceitá-las? Vejo que Deus as permite para o meu próprio bem? Para me ensinar algo, para que eu amadureça, para que eu me santifique, para que eu ofereça esta pequena cruz para alguém? Como tenho reagido diante das contrariedades?
Um sinal de que não estamos sabendo aceitar as contrariedades são as reclamações. Há pessoas que vivem reclamando. Quem reclama é porque tem uma visão humana da vida. Não vê que Deus está por trás de tudo, que Ele quer que cresçamos humana e espiritualmente, que Ele cuida de nós e nunca nos deixará faltar o necessário.
Como dá paz aceitar a vontade de Deus!
Olhando para o presépio e vendo esta paz, saibamos que ela é fruto de saber abraçar as cruzes que Deus nos envia. Não é fruto da ausência de problemas e dificuldades.
Como é aprazível viver com uma pessoa que sabe abraçar com garbo as cruzes que Deus lhe envia! Por isso é tão gostoso viver com Jesus, Maria e José!
Peçamos a Deus que nos ajude a não esquecermos esta paz da Sagrada Família em Belém. Muitas coisas desagradáveis aconteceram antes do nascimento do Menino Jesus e depois também. Mas ninguém é capaz de tirar a alegria e a paz que reinava e reina no seio desta família tão especial à qual todos nós pertencemos.